sexta-feira, 30 de outubro de 2009
sábado, 24 de outubro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
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domingo, 18 de outubro de 2009
Fragmento do texto de Nilza Procopiak,do livro "DESENHOS"
E mesmo assim, nas escassas linhas de sua síntese gráfica, a desenhista consegue sugerir elementos que permanecem "em suspense". Silvio Zamboni escreve: "Sentir algo que estava escondido".
Isto contribui para que, no território do não totalmente explícito, venham a surgir indagações, indefinições, paradoxos, mistérios, propiciando ao observador uma série de possibilidades interpretativas. Portanto, a artista deixa sua obra em aberto para o repertório do fruidor defini-la em sua leitura individual.
E aqui entra outro fator determinante em seu desenho: sua obra, além de contemporânea, é aberta, no sentido descrito por Umberto Ecco e pode ser definida como work in progress.
Com Leila, a reflexão teórica precede a criação, pois ela está continuamente pesquisando. Seu trabalho tem início em bases estético-artísticas estudadas anteriormente, porém não necessariamente próximas ao ato criativo. Este processo contínuo vem acompanhando-a ao longo do tempo, sendo uma de suas principais preocupações a equiparação de seu referencial teórico aos estudos mais recentes da arte.
O que vem explicar, igualmente, o uso freqüente de citações, frases, palavras, perguntas, assertivas em seus desenhos, que não é de se estranhar, pois ultrapassando a compreensão do significado da escrita, as letras são constituídas por traços e implicam expressão gráfica, como tão bem sabiam os dadaístas. Ver "Paul Klee e "Michaux" .
Sobrepondo-se ao emprego de citações como metáforas, lembretes, esta é uma maneira adicional da artista conversar com o desenho, espelhar-se na obra, dar recados ao mundo das artes e principalmente, dialogar com o fruidor, como no trabalho "entendi"..."
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Fragmento do texto do livro DESENHOS, por Nilza Procopiak
Então, a desenhista não utiliza cenas montadas nem vocabulário anedótico que conta enredos. Para quem trabalha assim, como faz a maioria dos que lidam com desenho, fica muito fácil manipular símbolos e formas – pois estes são cada dia mais reconhecidos devido ao incremento da comunicação visual – e com eles fazer narrativas que comparo com histórias em quadrinhos.
Quanto à Leila, seu motivo não são personagens contando historietas. Ao contrário, o seu desenho é muito difícil de ser executado porque ela prescinde voluntariamente deste recurso.
A artista trabalhou anos, com afinco, para aperfeiçoar os procedimentos do seu processo, de modo que o desenho – por ele mesmo – retrate sua própria situação gráfica, independentemente de esquemas anedóticos. Isto é algo que vários dos famosos do desenho brasileiro não fazem, porque não conseguem separar a parte gráfica da arte do desenho da parte anedótica do contar história.
Por outro lado, não há necessidade que a desenhista faça narrativas porque, na raiz ou em princípio, o seu desenho não é nem seqüencial nem narrativo. Ele nasce e permanece fundamentalmente sincrônico. Na elaboração – que só não é simultânea, porque dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar, no mesmo tempo, no espaço – a desenhista é extremamente rápida na concepção-desenho..."
terça-feira, 13 de outubro de 2009
“Os desenhos de Leila Pugnaloni não são estudos prévios para telas; antes, se explicam como um processo e constituem diário íntimo, onde a artista expõe fragmentos de sua verdade.
Traço ágil, espontâneo, áreas veladas que revelam/escondem observações e associações formais, num contínuo acontecer.
Palavras e mesmo textos nos mostram o todo parcelado, e formas geométricas em combinações precisas criam deslocamentos espaciais.
Nas entrelinhas, algo de espiritual é sutilmente transmitido/refletido, enigma que não explicamos: sentimos apenas. Que mais podemos querer?”
Suzana Lobo, 1996
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
"Se a dança é uma arte intermediária que se realiza por meio do tempo, sendo materialmente uma arte em movimento, o desenho é uma arte intermediária que se realiza por meio do espaço, pois sua matéria é imóvel" (Mario de Andrade)
" Desenhar, como fez Leonardo da Vinci, um tecido lançado sobre uma cadeira, uma mão, uma folha, é retirar desse confronto com o objeto, sem pressa e sem utilidade próxima, uma certa ciência de si mesmo, manobra combinada de seu intelecto, de seu desejo, de sua visão e de sua mão, a propósito de uma coisa dada"
( Valéry)
" Se eu não tivesse feito todos estes desenhos, não teria feito meu trabalho político. Creio também que sem este trabalho, eu teria conceitos perfeitamente falsos na cabeça. Estes desenhos, eu os considero, ainda hoje, como uma das coisas mais importantes que eu já tenha realizado, pois todos estes ensaios ou este aspecto experimental do desenho, representam, a meu ver, um sistema infinitamente importante que ainda está por ser descoberto, mesmo para mim."
( Joseph Beuys )
FRAGMENTO DO TEXTO DO LIVRO DESENHOS
...Um dos seus temas principais tem como base o próprio corpo humano, dispensando pistas explícitas de sentimentos ou situações em que suas figuras se encontram. É unicamente o corpo, traçado com pouquíssimos bits de informações, que passa a sugerir, a insinuar – não a narrar – suas diversas vicissitudes, simultaneamente, sem a preocupação de contar historietas alheias à sua figura.
Assim, o desenho depende do olhar do observador que lhe retira o íntimo, a alma, o drama humano.
É deste modo que seu trabalho atinge o status de obra de arte, que não precisa ser traduzida, porque seu âmago é a arte e não a informação. Persiste, então, um grau de incerteza, de mistério, de dubiedade, provocado pela artista, que é próprio da arte contemporânea.
As figuras de Leila são o corpo humano em seu fundamento e também em seu espírito. Na ausência de elementos acessórios ao tema – mesmo que haja indícios ali deixados, eles são poucos, quase abstratos – a artista limpa toda a imagem, deixando-a clean em forma de síntese. Não esquecer que "menos é sempre mais".
( Nilza Procopiak )
A característica de registro imediato, quase escritura, faz do desenho um exercício de integridade. Desenhando, é difícil dissimular. O desenho é, ao mesmo tempo, flexível e revelador. Por outro lado, sua afinidade com o gesto, pode convertê-lo em uma expansão do corpo, enquanto que a conexão com o texto transmuta o ato de desenhar em forma de reflexão.A imaginação solta nas linhas, leva naturalmente a idéias, projetos, emoções. Enfrentar a forma, representar, imaginar e projetar - são desafios que o desenho evoca.
( Leila Pugnaloni)
terça-feira, 6 de outubro de 2009
enfrentar um objeto dado , observar, sintetizar- apreensão da realidade
escolha consciente - olhar em torno, interpretar o mundo, decifrando formas para desenhar idéias
desenho - registro do pensar
na construção do processo criativo, mão e pensamento representando, imaginando, abstraindo, projetando
sem medo de errar
sentir a arte como um território livre, onde nada é definitivo ou irremediável
em frente
( Leila Pugnaloni)
margem
margem de acaso
margem de erro
imprevisível risco
reserva de emoção
lugar do invento